A ÚLTIMA PRECE DA IGREJA CHILENA
Se não há alma, tudo é permitido: todo desejo, toda torpeza. Só não é autorizado amar a Cristo.
No Chile queimam as igrejas. Dizem que é para celebrar um ano de protestos por igualdade.
Pela igualdade perseguem cristãos, perseguem os que pensam diferente.
Não é igualdade que se busca, mas padronização, a repetição eterna da litania estéril das ideologias da morte e do ódio, a fé pervertida nos escritos dos homens que prometem o reino dos céus na terra, mas cujos frutos foram e sempre serão amargos, como nos mostraram a União Soviética, a China, Cuba, Venezuela, Laos…
“A religião”, gritam entorpecidos, “é o ópio das massas”.
A humanidade para os monstros não tem alma: é só carne. É carne que se aborta, é carne que se sabota, é carne de criança no altar da pedofilia, é carne do pai na carne da filha.
Se não há alma, tudo é permitido: todo desejo, toda torpeza. Só não é autorizado amar a Cristo.
Porque a verdade liberta, já dizia Ele, e nada há de mais perigoso que homens livres.
Queimam as igrejas, em sua estupidez de duendes, acreditando que queimam a Deus.
O Reino de Deus não é deste mundo. Que queimem até que nada sobre sobre a terra. Voltaremos às cavernas como os cristãos primitivos, na celebração perene, ainda que oculta, de Cristo.
Que persigam, porque já enfrentamos coliseus e suas feras, bárbaros sanguinários, canibais idólatras e permanecemos firmes, de mãos dadas.
Essa igualdade perseguida, que não passa de padronização, foi muito melhor explicada por Jesus ao reduzir senhores e escravos,homens e mulheres, ricos e pobres, judeus e gentios, brancos e negros a irmãos, a iguais, sem desnaturar a diferença de cada um.
Foi o exemplo dos cristãos diante da perseguição que derrotou imperadores e sobreviveu aos impérios. Que garantiu tantos dos direitos pelos quais os celebrantes dessa orgia dantesca dizem lutar.
Que lhes seja dado tentar erradicar o cristianismo da face da terra: monstros mais terríveis já o fizeram. Stálin e Mao Tsé, Castro e Pol Pot. Nem mesmo o maior imperador, aquele Temujin, logrou tal vitória.
É porque o cristianismo não está nas igrejas, nem no corpo dos que professam a fé. Esse é o mistério que jamais entenderão, já que o seu combate termina e acaba na carne, na sucessão de natalidades desprovidas de sentido, entregues à máquina estatal que mói suas individualidades.
A pequena igreja queima no Chile. Sua torre inclina-se diante do fogo em humildade, uma última prece da casa que recebeu tantas preces de desespero e gratidão antes que volte ao pó para onde tudo e todos hão de voltar.
Os olhares atônitos.
Mas as fagulhas sobem acendendo o céu e as brasas já quase apagadas de muitos corações que estavam adormecidos: hoje, um dia depois dos atos terroristas no Chile, há menos igrejas, mas há mais cristãos.
Três contos sobre ofertar presentes podem nos dizer muito sobre o Natal.
Pensar o Natal como uma auditoria da nossa conduta no último ano e um ajuste de caminho para o ano vindouro o torna uma data sempre presente, e não um feriado no qual se come muito e se trocam presentes.